- n° PAGS:240
- ISBN:9789896571030
- DIMENSÃO:15,5x23,5
Dois homens, dois poderes, dois documentos. Os homens são primos. Um deles é rei de Portugal, Dom João III; o outro é bispo de Viseu, Dom Miguel da Silva. O bispo ambiciona ser Papa, o rei não aceita sequer vê-lo nomeado cardeal; quer prendê-lo na Torre de Belém. Neste xadrez, avança o bispo: foge de Portugal. Mesmo contra a vontade do rei, o Papa nomeia-o cardeal. O rei rompe relações diplomáticas com a Santa Sé. Faz mais: acusa o cardeal de roubar segredos de Estado, desnaturaliza-o e confisca-lhe os bens por Decreto. Documento número um: a acusação, publicada em Lisboa e Roma em 23 de Janeiro de 1542. O cardeal quer ser Papa. Afirma que não roubou segredos nenhuns. Que não merece tão duras penas. Escreveu isso mesmo ao Papa. Documento número dois: a autodefesa do cardeal, mantida até hoje nos arquivos secretos do Vaticano.
Chegou a altura de revermos este episódio obscuro da História de Portugal. Nunc pro tunc, façamos uma revisão do julgamento; levantemos os documentos, ouçamos os argumentos. Quem foi este cardeal português riscado dos livros de Portugal? O que moveu o rei? O que sucedeu entre eles? Acende-se um foco de luz sobre a personalidade que tem ficado na sombra: o cardeal Dom Miguel da Silva e Menezes, cardeal dos XII Apóstolos, também conhecido por cardeal Viseu. Desdobra-se um mapa assinalando os lugares por onde viajou. Abre-se uma janela no tempo. Tem a palavra o cardeal
.
![]()
